sexta-feira, 13 de julho de 2012

profissão à rasca!

Hoje vários milhares de profs voltaram a percorrer a Baixa Pombalina, desaguando em S. Bento. Protestam contra a balbúrdia lançada nas escolas pelo ministério da correção, do rigor, da eficácia, do realismo, dos resultados positivos, da igualdade de oportunidades, da atualidade.
Não me lembro de um final de ano letivo tão confuso. As medidas reformistas do ministro Nuno Crato não constituem qualquer projeto, são uma espécie de injeções enchidas à martelada e a trouxe-mouxe, sem o cuidado de expulsar as bolhas de ar. A indefinição do próximo ano vai impedindo coisas simples e óbvias, como a escolha de horários (no caso de existirem), de turmas e a definição de projetos, coisas que é habitual fazer-se por esta altura.


Mais grave de tudo, vai lançar novamente milhares de profs no desemprego, sem contrapartidas, numa reforma evidentemente economicista e danosa que vai ter consequências nefastas na formação dos jovens em idade escolar.


Daqui a uns anos, não muitos, observaremos os resultados destas experiências cujas regras mudam todos os anos. Numa espécie de navegação à vista no interior duma ventania flatulenta.


Pena que estes protestos sejam habitualmente sectorizados e corporativizados . Deviam lá estar os profs e as famílias que também estão a ser prejudicadas. E os alunos (e os pais e encarregados de educação) porque a educação académica e humana se vai tornar mais problemática, logo, sairão do tempo escolar menos apetrechados para sobreviverem no remoinho desta crise sem fim. As instituições que organizam os brados de desagrado, de mal estar e de recusa perecem sofrer de inércia alienada. A virulência da crise paralisou a vontade e a imaginação, deixando desgastar a revolta a conta gotas.


Estaremos condenados a viver como avestruzes?


Luís, cidadão



6 comentários:

Silvares disse...

Estamos.

the dear Zé disse...

o que eles querem é gente bruta para manipularem à vontade
marioneta acéfalas e obedientes

e o raio que os parta

e o raio que parta os professores que até nem se estão para chatear e porque estavam a fazer as malas para as férias não lhes deu jeito

e o raio que parta os eleitores - marionetas acéfalas - deste país à beira mar especado...

Silvares disse...

O raio também precisa de férias. Não sei se terá tempo de partir tanta coisa antes de ir a banhos.

Chapa disse...

Apenas e só, enquanto nos comportarmos como tal.

Luís, cidadão disse...

Apenas e só, porque nos comportamos como tal.

Pois, os professores, enfim... Também foram professores do Relvas, do Sócrates, do Coelho, do Durão e de muito mais boa gente. Pois, e é certo que deixaram cair as grandes reivindicações e hoje, estupefactos, estão à rasca, pensando como é que raio lhes caiu isto tudo em cima.

É óbvio, em baixo é que não podia ser!

Silvares disse...

Desculpa a observação mas... professores do Relvas!? Os do secundário bem lhe deram as notas miseráveis que ele mereceu...